25 de março de 2020 3rinvest

3R Genus Hedge FIM – Crise Coronavírus – Carta Extraordinária Março/20

Carta Mensal - Genus Hedge FIM

3R Genus Hedge FIM – Crise Coronavírus

Prezado Investidor,

O objetivo desta carta extraordinária é atualizar nossos investidores do que aconteceu na gestão do 3R Genus Hedge FIM nos últimos 30 a 45 dias, o que mudou no nosso cenário daqui para frente, e como estamos nos posicionando neste contexto.

3R Genus Hedge FIM (GH) teve até agora uma performance bastante satisfatória no ano e durante a crise. O fundo está acumulado em +6,50% (689% do CDI) no ano, sendo +3.85% até agora em Março (Cota Oficial do dia 24/03/2020). Tivemos ótimos resultados nas posições direcionais, bons ganhos também no L&S, e perda razoável numa posição pequena de títulos públicos.

Em Março os temores sobre o impacto econômico da crise de saúde decorrente do alastramento da infecção pelo corona vírus se acentuaram muito. Dada a dinâmica de preço dos ativos nos últimos anos (alta forte no preço da maioria dos ativos), uma posição técnica dos investidores que nos parecia ruim (todo mundo com muito risco, e mais ou menos na mesma ponta), os fundamentos econômicos frágeis em boa parte do mundo, acreditávamos que estávamos numa situação muito suscetível a um movimento mais acentuado para baixo.

Neste contexto, na gestão do GH focamos em ter pouco risco, e de alguma maneira apostamos contra a euforia que se via no mercado local. Este mês de Março, com muita volatilidade e de mercados em queda, acabou nos permitindo maximizar esta visão mais cautelosa e o estilo de gestão do fundo.

É importante, no entanto ressaltar que apesar de uma visão mais negativa que a média do mercado, em 2019 com o Ibovespa subindo mais que 30% o fundo rendeu +16,37% (275,36% do CDI) com a volatilidade anualizada média de 2,02%. Antes de tudo procuramos ser o mais pragmáticos possível, e ter uma boa leitura da dinâmica/tendência do mercado, e com base nisto, e no research de empresas que fazemos no dia a dia, tirar o máximo de benefício que conseguimos.

No meio deste mês (Março) zeramos as posições vendidas (com o Ibovespa entre 70.000 e 66.000 pontos). Como normalmente fazemos, zeramos gradualmente ao longo de alguns dias. Pouco depois até tomamos uma posição pequena especulativa comprada, focada em ações de um grupo de empresas que achamos estarem realmente baratas em múltiplos e valuation, e que são focadas em produtos/serviços pouco cíclicos (pouco dependentes de uma recuperação acentuada da economia).

Acreditamos que o mercado vai buscar razões para alguma recuperação técnica, mesmo sem que ninguém saiba ao certo o impacto na economia e nas empresas daqui para frente. Muitos vão sonhar inclusive com a tal “recuperação em V”.

E verdade seja dita, depois de muito tempo agora conseguimos enxergar ativos verdadeiramente baratos. Também tem muita coisa que estava absurdamente cara, que caiu bastante e agora está só “muito cara”, mas vão ter investidores dizendo que estão baratas.

Para nós a crise atual terá consequências piores do que a de 2008. As ferramentas de estímulo ou não funcionam mais ou simplesmente não estão “disponíveis”. Com isto em mente, e sempre abusando da cautela, vamos procurar aproveitar oportunidades de uma recuperação de preços. Mas não acreditamos que voltaremos ao patamar de preços que estávamos no final de 2019 ou começo de 2020. E o impacto nas perspectivas de médio e longo prazo de alguns setores/negócios será relevante.