3R Genus Hedge FIM – Carta Mensal Julho/2021
Prezado Investidor,
O 3R Genus Hedge FIM (GH) rendeu 0,25% em maio (+71% do CDI). No ano a performance acumulada é de +2,64% (+162% do CDI).
Os ativos de risco tiveram um mês de performance mista ao redor do mundo, as bolsas americanas levemente positivas, quedas na Ásia, performance mista na Europa e uma queda mais significativa no Brasil.
A reabertura das economias já é uma realidade, mas os dados continuam a mostrar uma melhora não linear. Chamou muito a atenção a forte queda no rendimento implícito nos títulos do tesouro americano. Parece refletir uma janela “técnica” de menor oferta de títulos novos pelo governo e FED, mas também alguma preocupação com atividade econômica para frente, e maior confiança na aposta de “inflação passageira”.
Outro destaque do mês foi o “ataque” do governo chinês sobre as empresas de tecnologia do país. Os movimentos do governo chines têm chamado nossa atenção a algum tempo, e este último faz sentido com tudo o que temos visto por lá. A mudança de postura do governo americano no que se refere a geopolítica e dependência de produtos chineses, e o grande poder concentrado na mão do atual primeiro-ministro, algo que poucas vezes se viu, está resultando numa correção de rota em termos de liberdades permitidas no país, e sobre sua inserção global.
É um movimento lento, mas com direção certa, e que em nossa opinião vai levar a um maior isolamento, menor crescimento e tensões geopolíticas mais frequentes e agudas.
Aqui no Brasil além da influência neutra do cenário global, a preocupação com a perspectiva fiscal continua a influenciar o preço dos ativos. No último dia do mês a bolsa teve forte queda e a curva de juros futuros forte alta ante a possibilidade de quebra do teto de gastos, ou um drible na regra, para acomodar uma expansão no programa Bolsa Família e gastos não antecipados pelo governo com os tais precatórios.
Além desta possibilidade específica, a melhora recente na arrecadação e revisão para melhor do déficit primário do ano, junto com a maior presença de políticos do chamado “Centrão” dentro do governo, parece ter aberto a possibilidade de maiores gastos para frente.
Nosso cenário estrutural não mudou com os dados e notícias do último mês. Não esperamos uma recuperação linear e com aceleração constante, como nos parece ser o cenário de muitos por aqui. Os problemas estruturais vão voltar a ser relevantes, passado o ponto mais agudo da crise de saúde.
Aos poucos vamos ver uma liquidez menos abundante no mundo. E aqui, o impacto de um maior custo de capital. A população está bem endividada, e o desemprego real ainda é muito alto, e deve ter lenta recuperação.
Passado um período de ajustes nas cadeias produtivas e de formação de estoque, vamos ver a real situação da economia e da demanda por bens.
O quadro institucional no país piorou muito, temos um poder Legislativo ruim, sem boas lideranças e querendo simplesmente se perpetuar no poder. E um Judiciário ativo, politizado e sem compromissos positivos para o país. Tudo isto pode parecer muito distante da realidade das empresas de bolsa, mas vai acabar chegando na realidade do dia a dia de uma maneira ou de outra.
Continuamos focando em oportunidades de arbitragem, que são muitas, e estar preparados para um possível ajuste de preços mais relevante.