3R Genus Hedge FIM – Carta Mensal Abril/2020
Prezado Investidor,
O 3R Genus Hedge FIM (GH) rendeu +1,27% em abril (+445.7% do CDI). No ano, o fundo está acumulado em +8,77% (+673% do CDI). Foi um bom mês, mais próximo do que tentamos ser o normal do fundo ao longo do tempo.
Em Fevereiro/2020 o fundo recebeu o rating 5 estrelas pela Morningstar.
Nosso objetivo “normal” continua sendo entregar um retorno nominal ao ano entre 10% e 12%, com um nível de risco baixo (volatilidade anualizada atual entre 2% e 2,5% – esperada a longo prazo entre 2% e 5%). O histórico do fundo desde que assumimos a gestão (Fev/2018) é bem melhor do que isto, e vamos sim continuar a buscar aproveitar momentos como este do começo de 2020 para entregar retornos mais altos. Mas num cenário “normal” de mercado e com as taxas de juros nos níveis atuais, estes 10% a 12% já são uma meta até um pouco agressiva dado o perfil de risco.
Conseguimos capturar uma parte do movimento de recuperação de preços em bolsa no começo do mês, mas zeramos nossas posições bem cedo, dado nosso ceticismo com os impactos da crise na economia real. Neste mês os ganhos vieram todos das posições direcionais, fizemos muito pouco L&S e o resultado foi negativo.
O nível de incerteza sobre o cenário global e local continua muito alto. Por isto temos evitado grandes posições. Mas passado algum tempo da eclosão da fase aguda da crise no Ocidente, todos os anúncios de lockdown pelo mundo, e os planos de ajuda governamentais, nossa leitura continua de muita preocupação e expectativa de impactos na economia real maiores do que o mercado parece precificar.
Não está claro como será feita a reabertura. Já dá para vislumbrar que será bem gradual. Mas o que nos parece mais relevante, olhando o que aconteceu nos locais que já reabriram, inclusive na China, é que o consumidor deve voltar muito lentamente. Em vários locais vimos varejistas que reabriram, decidindo fechar novamente dada a inviabilidade do negócio nos patamares de vendas que estavam alcançando.
O mercado aparenta trabalhar com uma visão “consensual” de que, a partir de Maio, as principais econômicas ocidentais começam a relaxar as restrições, e até o começo do 3T20 o mundo volta a estar todo “aberto”.
Os impactos em emprego já são mais visíveis nos EUA, onde os dados são divulgados com muita frequência e tem bom grau de confiabilidade. Em outras partes do mundo os dados ainda são limitados.
Continuamos achando que esta é a pior crise vista, e com saída/solução mais complexa. Junto a tudo isto temos um cenário político bem incerto em vários países relevantes. Temos falta de boas lideranças.
A economia em 2021, na grande maioria dos países, não deve voltar “ao normal”, ou a níveis pré-crise, como lemos muito nas últimas semanas. Isto deve levar vários anos, na nossa opinião.
O mundo está ficando mais pobre, e não parece fazer sentido que os ativos ganhem valor neste contexto.
Num primeiro momento comentamos que pela primeira vez em muito tempo víamos ativos que pareciam realmente baratos. Passado um mês desde a última carta, nós estamos um pouco mais em dúvida, talvez o impacto nos resultados das empresas seja mais severo do que esperávamos, e o preço não seja realmente atrativo.